terça-feira, 26 de maio de 2009

Lago Niassa, um paraíso perdido



O Lago Niassa é um espelho de água turquesa, translúcido, cheio de cíclidos e mais um milhar de outras espécies de peixes que são mais numerosas que todas aquelas existentes nos mares da América e da Europa. “É um mundo fantástico e precisa de ser protegido”, diz-nos Patrick Simkin. Há oito anos ele chegou ao lago à procura de um destino para um projecto de turismo responsável. Encontrou-o no “mar de estrelas”, onde a areia faz nkwichinkwichi debaixo dos pés. “Nkwichi” é o nome do lodge que abriu há três anos. O “Nkwichi Lodge” e o “Mchenga Webe” começam a ser conhecidos.
Duas realidades turísticas na margem moçambicana do Niassa, como se diz lago em nianja, cuja profundidade chega aos 700 metros.Começam agora a aparecer na margem moçambicana do lago alguns projectos turísticos ainda tímidos, que se fossem mais ambiciosos e ligados à Reserva de Fauna Bravia do Niassa, podiam fazer da província um fantástico destino turístico. A biodiversidade aquática é riquíssima. A pesca artesanal feita em pequenas almadias é de fraca rentabilidade. Patrick Simkin e outros empreendedores espanhóis, holandeses e britânicos, investiram 500 mil dólares em seis chalets para 14 hóspedes. Neste momento, estão a ser construídas mais duas casas. O “Nwichi Lodge” é um luxuoso empreendimento, feito em material local. O arquitecto foi o próprio Patrick Simkin, um jovem de 36 anos nascido na Suazilândia.O programa African Safari Lodge, implementado em Moçambique há ano e meio, seleccionou o “Nwkichi Lodge”, como um dos projectos-piloto que mostra como o ecoturismo, se praticado de forma responsável, pode trazer benefício à comunidade local e para o desenvolvimento rural. “Nós contribuímos para a construção da escola”, explica Patrick. “Trabalhar com a comunidade nem sempre foi fácil. Não era apenas um problema de língua. As pessoas não tinham experiência com o mundo externo. 95% do nosso staff nunca tinha tido um emprego antes. E a maior parte das mulheres tinha um nível de educação extremamente baixo. Hoje, uma das nossas melhores directoras é uma senhora local. E Douglas não é apenas um dos nossos funcionários. Hoje é nosso colega.”
Douglas Kabotolo aprendeu a fazer turismo com Patrick. Há sete anos era pescador, como a maioria dos homens do lago. “Pescamos e vendemos o peixe em Lichinga, mas não é muito rentável. As machambas dão pouco, e só para o nosso próprio consumo. Precisamos de dinheiro para comprar as outras coisas”, conta. “Comecei a trabalhar com o Patrick. Hoje tenho o meu empreendimento turístico, com um staff de três pessoas. Ensino-lhes tudo o que aprendi aqui. Cada um deve saber fazer um pouco de tudo, cozinhar, receber os clientes”, diz-nos Douglas. E até levá-los para o safari no mato para ver as várias espécies de animais, elefantes, cães selvagens, leões. O complexo “Mchenga Webe” está em Nbweka, a aldeia onde nasceu e onde vive, à beira do lago, no meio de árvores de chanfuta. Em dois anos de actividade, passaram pelo “Mchenga Webe” 50 hóspedes, de vários países europeus. “Holandeses, portugueses, ingleses. Para a semana estou à espera de três hóspedes”. Douglas Kabotolo bem poderia ser o protagonista de um anúncio publicitário "produzir, consumir e exportar moçambicano". Ele quer comprar uma estrada para o seu negócio, o turismo. “Muita gente sabe do meu aldeamento e queria vir, mas a estrada não permite, sobretudo durante a época das chuvas”.Paola Rolletta, in “Jornal Savana”, Maputo, 20.04.2007

2 comentários:

  1. Gostaria de saber quanto pode custar uma estadia de uma semana.

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  2. ola mt boa tarde. claro que nao pude deixar o meu conselho para que o lago do niassa se encontre na vossa rota turistica.. vim de portugal a 4 semanas, venho em lazer e em trabalho., mas valeu mesmo a pena todo o esforço, pois as imagens retratam um aroma deleciante, ao qual nos apaixona-mos facilmente por estas maravilhosas culturas, e paisagens verdes,areia branca mt macia, cheiro da terra mt caracteristcico.
    Mas o que me supreende sao as populaçoes, vivem com muito pouco mas vivem e respiram este ar fresco de uma terra cheia de natureza,, nos rostos dessas mesmas pessoas vejo sorrisos, lindos.. que nao vi em mais lado nenhum pela minha passagem...
    Bem tem aqui um comentário de um rapaz jovem, vindo de portugal da era moderna, que ficou deliciante por estas maravilhosas terras de africa, um valente abraço de eduardo (m.r)
    deixo meu endereço para alguma questao civiceduardo@hotmail.com

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